O "Senhor, tende piedade"
Função: A breve ladainha do "Senhor, tende piedade" tradicionalmente era uma oração de louvor a Cristo ressuscitado feito "Senhor", pela qual a Igreja pedia que mostrasse a sua amorosa bondade. Posteriormente, este canto foi incorporado ao rito penitencial e começou a fazer parte de um momento de reconciliação. Este rito vem ao encontro daqueles e daquelas que, ao defrontar-se com divina presença, se setem, talvez, acuados, como Simão Pedro após o milagre da PESCA: Senhor, afasta-te de mim, sou um pecador! (Lc 5,8). A música, o canto, a expressão corporal, nesse momento, devem propiciar o encontro com o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (2Cor 1,3), que nos liberta de toda culpa e nos reconstitui a paz pelo Sangue de Cristo derramado na cruz (Cl 1,20). Além do tradicional "Senhor, tende piedade", poderemos encontrar fórmulas mais ricas no Missal Romano ou nos Salmos penitenciais (Sl 15; 25; 32; 50-51; 81; 85; 95; 130).
Significado Litúrgico: O ato penitencial, também conhecido na liturgia antiga como Kyrie eleison, pode ser comparado a um capacho posto à entrada de um recinto. Assim como limpamos a sujeira da sola do calçado, semelhantemente, no ato penitencial, recebemos o perdão de todos os pecados veniais: a impureza adquirida no dia-a-dia, que nos torna indignos de participar do banquete da eucaristia. Os pecados mortais exigem o sacramento da confissão.
Forma:
- Os Hinários Litúrgicos da CNBB oferecem vários modelos para o canto: por exemplo, no 3° fascículo: "Senhor, Bom Pastor", p.80; "Senhor, servo de Deus", p. 82; ou, com rito da aspersão, p. 83-89.
- Antes de executar o canto é de bom grado fazer um breve momento de silêncio por toda a comunidade como uma fórmula de confissão geral.
- Aos domingos, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado Ato Penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo.
- Depois do Ato Penitencial, diz-se sempre o "Senhor, tende piedade de nós" (Kyrie eleison), a não ser que já tenha sido incluído no Ato Penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o povo e a schola ou um cantor.
- Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias. Quando o Kyrie é cantado como parte do Ato Penitencial, cada aclamação é precedida de um «tropo».
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