Comunhão
O canto de Comunhão
Função: O canto de Comunhão visa, muito especialmente, a fomentar o sentido de unidade. É canto que expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do Mistério que está sendo celebrado. Por isso, a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na adoração do Santíssimo Sacramento não é adequada para este momento, pois ressalta, apenas a fé na Presença Real, carecendo das demais dimensões essenciais do Mistério da Fé.
A letra não se reduza a expressão excessivamente subjetiva, individualista, intimista e sentimentalista da comunhão. Que ela projete a assembléia como um todo, e cada uma das pessoas que participam, para a constituição do Corpo Místico de Cristo. Em certas oportunidades, favoreça mais ao recolhimento, a fim de evitar um comungar puramente rotineiro e inconsciente. Em outras, sobretudo por ocasião de Festas maiores, faça desabrochar a alegria e a exultação, como se diz da experiência eucarística das primeiras Comunidades Cristãs. (cf.At 2,46).
O fato de a Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística e evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hb 7,27).
Significado Litúrgico: Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Corpo de Cristo, entoa-se o canto de comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. Lembremo-nos das palavras do próprio Cristo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele” (Jo 6,51-58).
Forma:
- A forma que a tradição litúrgica oferece para o Canto de Comunhão, a de um refrão retirado do texto do Evangelho do dia alternado por versos de um salmo apropriado, foi mantida no 3° fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos A, B, e C.
- Esta forma dialogal ajuda os fiéis a receber o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo livres da necessidade de carregar livros ou folhas.
- Também durante a Comunhão, a forma de um tropo, não prolongado demais, com um refrão poderia ser funcional. O texto do tropo seria, de preferência, uma citação do Evangelho do dia, utilizando-o no Mistério eucarístico.
- Não é necessário que esse canto se prolongue, ininterruptamente, durante todo o ato de repartir o Pão do Céu. Em certas oportunidades seria até vantagem interromper os versos por interlúdios instrumentais, tornado o canto menos maçante e favorecendo a interiorização.
- Em algumas oportunidades, é importante que ela faça transbordar a alegria da Festa, sendo um canto exultante, desfecho vibrante de toda a celebração, cantando com a espontaneidade do sorriso e do aplauso, sem que isso em nada desmereça, pelo contrário, exalte, a presença maior do Senhor, com quem a Assembléia entra, gostosamente, em comunhão.
- Outra possibilidade é selecionar refrãos bem conhecidos da assembléia, sobretudo em celebrações de massa, cantá-los um após outro, com interlúdios instrumentais.
- Talvez seja esse, o canto que mais gera interrogações na cabeça das pessoas responsáveis pela escolha e execução dos cantos durante a Celebração Eucarística.
- Evitem cantos que exaltem "UNICAMENTE" a Presença Real de Jesus. No entanto, pode-se ter um canto de comunhão que exalte a Presença Real, desde que não se reduza somente a ela.
- Sacramento da Comunhão (Nelsinho Corrêa -cd Quem me segurou foi Deus) é um exemplo de canto que exalta a Presença Real de Cristo mais não se reduz a esta presença. Cabendo sim, como canto de Comunhão, por exemplo.
- O canto de Comunhão deve ser escolhido de acordo com as Leituras da Missa e deve também estar de acordo com o Tempo Litúrgico.
- Após as leituras dos textos deve-se extrair o sentido da Celebração, e estar atento ao Tempo Litúrgico.
- Sabendo então, o sentido da celebração, deve-se escolher o canto de acordo com o mesmo; se o sentido da Missa é do Filho Pródigo (perdão, reconciliação e etc.), por exemplo, não seria o mais adequado se falar de Vocação. Cabe nesse contexto músicas com letras que estejam inseridas no contesto do Filho Pródigo. Não é necessário que a letra do canto tenha a palavra; "Filho Pródigo" o que se pede, é que a letra contenha os sentidos "desse filho", tais como; perdão; reconciliação; amor do Pai e etc.
- No caso de Solenidades da Igreja; Festa de São Pedro e São Paulo; Santíssima Trindade; Ressurreição do Senhor; Pentecostes... (e todos os outros Ofícios Festivos e Solenes) ou seja, quando for uma ocasião com "Ofício Solene Próprio" esse canto deve acompanhar o sentido da Solenidade e/ou Festividade. Tal quando se tratar de "Festa" da (o) Padroeiro (a), o sentido do canto pode lembrar a vida daquele Santo (a).
- Quando não se achar um canto que traduza as leituras (o Sentido da Celebração), faça a opção por um canto Eucarístico Simples, como por exemplo, a música Pão da Vida (Paulão -cd Eu e minha casa serviremos ao Senhor). Esse canto não deve falar de algo diverso do que trata a celebração.
- Lembrem-se então, que esse não é um momento de puro e simplesmente, Adoração, Contemplação, sentimentalismo...
Este canto acompanha o rito da comunhão. Portanto, quando a última pessoa terminar de comungar, este canto deve ser encerrado.
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