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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

LITURGIA DO 34° Domingo do Tempo Comum - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B

Ofício solene

Tu o dizes: eu sou rei.

cor branco

22 de Novembro de 2015

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO 

(Branco, glória, creio, prefácio próprio – Ofício da solenidade)

O crucificado é rei eterno e universal

I. Introdução geral

Jesus Cristo é Rei universal. Seu reinado se manifesta em seu amor por todos e chegou ao ápice no seu sacrifício da cruz, caminho para sua glorificação. Ele é o Messias transcendente, que veio e retornará em poder.

Antífona de entrada:

O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos séculos (Ap 5,12; 1,6 (aqui seria 13))

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

II. Textos Bíblicos

1ª Leitura (Daniel 7,13-14)

Leitura da profecia de Daniel.

7 13 “Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 92/93

Deus é rei e se vestiu de majestade,
glória ao Senhor!

Deus é rei e se vestiu de majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!

Vós firmastes o universo inabalável,
vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!

Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa
pelos séculos dos séculos, Senhor!

2ª Leitura (Apocalipse 1,5-8)

Leitura do livro do Apocalipse.

1 5 Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
7 Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém.
8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Dominador”.

Palavra do Senhor.

Evangelho (João 18,33-37)

Aleluia, aleluia, aleluia.
É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o reino que vem seja bendito; ao que vem e a seu reino, o louvor! (Mc 11,9s) 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

Naquele tempo: 18 33 Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?”
34 Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?”
35 Disse Pilatos: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?”
36 Respondeu Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo”.
37 Perguntou-lhe então Pilatos: “És, portanto, rei?” Respondeu Jesus: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

Palavra da Salvação.

III. Comentário dos textos bíblicos:

1ª Leitura (Daniel 7,13-14)

Após a visão de quatro animais (Dn 7,2-8), Daniel reporta a visão do trono de Deus e de seu juízo sobre o mundo (v. 9-12). Os v. 13-14 mencionam a visão do filho de homem que se apresenta diante do trono de Deus. A partir do v. 15, o texto traz a interpretação das visões (v. 15-28).

O “filho de homem” é figura que ganhou grande importância na tradição judaica e cristã. Literalmente, significa “ser humano” (cf. Sl 144,3; Jó 16,21; Jr 49,18.33 etc.). Mas não é simplesmente tal, pois é apresentada em forma de comparação: “como um filho de homem”. O “como” indica que ele é percebido numa visão, não distintamente, mas de modo pouco claro. Pode ou não ser um ser humano. Como, no livro, “homem” muitas vezes se refere a anjos ou seres celestes (cf. Dn 8,15; 9,21; 10,5; 12,5-7), o “filho de homem” poderia representar um ser celestial. Isso é confirmado pelo fato de vir “nas/com as nuvens do céu”, ou seja, ter origem celeste; ele é transcendente. No Novo Testamento, particularmente nos evangelhos, a expressão “Filho de homem” referir-se-á quase exclusivamente a Jesus Cristo, o que bem expressará, além de outras características, sua origem divina.

Os quatro animais são representações esquemáticas de reis e reinos que se sucederam na história (não exatamente em número de quatro), até o reinado helenista da época de Daniel. Isso faz pensar que também o filho de homem seja uma figura régia. Como ele é associado aos santos do Altíssimo, que receberão o Reino (v. 18.27), pode ser considerado um ser individual que representa todo o povo que participará do Reino eterno.

O “filho de homem” se apresenta diante do Ancião, figura de Deus que vive para sempre. Dele recebe o império, um domínio universal, permanente e indestrutível. Tomará, portanto, o lugar dos reinos que dominaram a história, que não são nem universais, nem permanentes, nem indestrutíveis.

Há evidente contraste entre as feras que sobem do mar (v. 3) e o filho de homem, que vem nas nuvens do céu. Seu reinado não será fruto das vicissitudes de uma história que tantas vezes se apresenta dominada pelos poderes do caos (o mar), daquilo que é o oposto de Deus. Não são os poderes deste mundo que determinam a história, mas o verdadeiro senhor da história, Deus, é que, afinal, fará triunfar seu Reino. E o fará por meio de alguém que vem de seu mundo divino. A comunidade pode então confiar que a última palavra pertence a Deus. E adquirir, assim, a chave para interpretar a história, para enfrentar perseguições, sem se deixar subjugar pelo aparente poder mundano, mas mantendo-se firme na fé no poder de Deus.

2ª Leitura (Apocalipse 1,5-8)

O texto, que praticamente abre o livro do Apocalipse, apresenta a glória e o poder de Jesus Cristo e as consequências de sua obra para nós.

A pessoa de Jesus ocupa o centro da mensagem. Diversos predicados seus são aí descritos.
  • a) Ele, o Ressuscitado, é rei, com poder e glória plenos (v. 5a.6b).
  • b) Ele vem. Ele vem “em meio a nuvens” (v. 7), como o “filho de homem” de Daniel, numa clara indicação de seu caráter transcendente e de seu domínio universal.
No v. 8, Deus se autoapresenta como “aquele que é e que era e que vem”. Trata-se de uma releitura de Ex 3,14, onde Deus se revela como o “Eu sou”. A tradição judaica já havia explicado esse nome com a expressão: “aquele que é, que era e que será”. O Apocalipse, porém, muda essa fórmula, substituindo “o que será” pelo “o que vem”. Com isso, a expressão diz respeito a Deus Pai, que garante o que foi dito anteriormente (ele é o alfa e o ômega em Ap 21,6), mas, ao mesmo tempo, abre-se para indicar Jesus (ele é o alfa e o ômega em Ap 22,13). No Apocalipse, marca-se de modo muito forte a unidade (na diversidade das Pessoas) entre o Pai e o Filho.

Aquele que vem é o Filho de homem poderoso, mas que sofreu na cruz, que foi traspassado (v. 7, cf. Zc 12,10.14), que derramou seu sangue (v. 5). A união da figura do Filho de homem poderoso com a do traspassado de Zc 12, dois aspectos tão contraditórios, mostra a novidade do Novo Testamento quanto ao Salvador. Seu poder se manifesta não afastando a morte, mas assumindo-a e transformando-a. Por isso, seu poder alcança a todos (v. 7), mesmo os responsáveis por sua morte. Seu triunfo será universalmente reconhecido.
  • c) Ele é aquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados (v. 5). Sua obra de redenção, realizada na cruz (ele nos libertou, no passado), é fruto de seu amor, que não é um ato (só) passado, mas presente (ele nos ama).
Daí surgem as consequências para nós: pelo poder de seu amor, somos libertados do pecado (v. 5) e, com isso, adquirimos dignidade régia e sacerdotal. O que era promessa para o povo judeu, após a libertação do Egito, se guardasse a aliança (cf. Ex 19,6), agora se tornou realidade, por sua cruz e ressurreição. Aquilo que Jesus é, ele o participa a seus fiéis.

Se é assim, a comunidade eclesial tem só uma coisa a dizer: “a ele seja a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém” (v. 6).

Evangelho (João 18,33-37)

A cena é a do processo contra Jesus. Pilatos pergunta-lhe se ele é o “rei dos judeus” (Jo 18,33). Tal pergunta remete à acusação que o levou ao tribunal (cf. Jo 19,31), da qual Pilatos se distancia (“Acaso sou eu judeu?”, v. 35), negando implicitamente que tivesse nela qualquer responsabilidade. Na boca do juiz romano, porém, tal pergunta poderia denotar certo desprezo pelos judeus, pois ele apresenta aos acusadores Jesus, já flagelado e escarnecido, como “o vosso rei” (cf. 19,14-15) e o caracteriza, no letreiro colocado na cruz, como o “rei dos judeus” (19,19).

Jesus, porém, eleva o nível da pergunta de Pilatos. Responde com uma interrogação que lembra aquela que, nos sinóticos, fizera aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,27.29). Pilatos não alcança, porém, a interrogação de Jesus e responde enfocando o essencial no processo: “Que fizeste?” (v. 35). É neste momento que Jesus responde se ele é ou não o rei dos judeus: “Eu sou rei… Meu reino não é daqui” (v. 36-37). Jesus define sua realeza. Ele não é “rei dos judeus”; é simplesmente “Rei”. Os judeus que a ele se opuseram não o aceitam como seu rei (cf. 19,15.21): o rei deles é César. Sua realeza, embora abarque Israel (cf. 12,15), ultrapassa as fronteiras israelitas. Seu poder é universal.

Jesus possui dignidade régia, pois recebeu de seu Pai todo o poder (cf. 3,35; 10,29; 13,3). Em sua cruz-ressurreição, em sua glorificação, ele inaugura sua realeza, ao desbancar o “príncipe deste mundo” (cf. 12,31-32).

A partir daqui, entende-se melhor o que significa que seu reino não seja deste mundo. João normalmente indica, por meio da menção da origem (de onde é algo), o que determinada coisa é. A realeza de Jesus não vem deste mundo (cf. 6,15, sua recusa a ser feito rei), embora se manifeste no mundo e para o mundo. Mas tem origem e natureza transcendente. Assim, Jesus explica a Pilatos que não é um agitador político que quer impor seu poder pela violência. Seu reino não se reduz a pretensões mundanas, mas, mesmo começando a instaurar-se aqui, visa a algo que ultrapassa esta história.

O v. 37 expressa positivamente a realeza de Jesus: ele tem origem divina, “veio” (do Pai) ao mundo. Ele é o revelador único da verdade salvífica e convida a aceitá-la. Aquele que “ouve a sua voz” e a acolhe começa a ser “da verdade”, entra no âmbito de seu poder vitorioso:

Minhas ovelhas ouvem a minha voz. Eu as conheço e elas me seguem.

Eu lhes dou a vida eterna.

Elas jamais perecerão e ninguém as arrebatará de minha mão (Jo 10,27-28).

Ele é Rei, mas exerce sua realeza exatamente aceitando a cruz. Assim, ele instaura um reinado que contradiz os poderes mundanos, pautados tantas vezes pela violência. Seu reinado já se iniciou. Por sua glorificação, os reinos deste mundo já foram relativizados, e já tem lugar o reinado do Filho do homem; mas tal realidade ainda não penetrou todas as realidades desta história, o que ocorrerá somente quando “aquele que vem” (Ap 1,8) completar sua obra redentora.

IV. Pistas para reflexão

– Permito que Jesus exerça sua realeza na minha vida, na vida de minha comunidade, por meio da abertura à sua Palavra, à sua vontade, ao seu perdão, ao seu amor, e pela solidariedade com tantos que sofrem e procuram um sentido para a vida?

– Creio/cremos realmente na cruz como caminho para a glorificação? Ou procuro/procuramos a glória sem a cruz? Como isso se demonstra no dia a dia?

– Sei/sabemos discernir o que contribui para o reinado de Cristo daquilo que a ele se opõe e, ao contrário, contribui para o reino do maligno?

V. Sobre as oferendas

Oferecendo-vos estes dons que nos reconciliam convosco, nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso próprio Filho conceda paz e união a todos os povos. Por Cristo, nosso Senhor.

VI. Prefácio próprio

(Cristo, Rei do Universo)

Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. com óleo de exultação, consagrastes sacerdote eterno e rei do universo vosso filho único, Jesus Cristo, Senhor nosso. Ele, oferecendo-se na cruz, vítima pura e pacífica, realizou a redenção da humanidade. submetendo ao seu poder toda criatura, entregará à vossa infinita majestade um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz. Por essa razão, hoje e sempre, nós nos unimos aos anjos e arcanjos, aos querubins e serafins e a toda a milícia celeste, cantando (dizendo) a uma só voz...

VII. Antífona da comunhão:

O Senhor em seu trono reina para sempre. O Senhor abençoa o seu povo na paz (Sl 28,10s).

VIII. Depois da comunhão

Alimentados pelo pão da imortalidade, nós vos pedimos, ó Deus, que, gloriando-nos de obedecer na terra aos mandamentos de Cristo, rei do universo, possamos viver com ele eternamente no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.

IX. Santo do Dia / Comemoração (CRISTO REI):

A visão grandiosa de Cristo Senhor universal une-se a de Cristo crucificado e esta recorda a consideração de seu imenso amor: “Ama-nos, e nos libertou dos nossos pecados em virtude do seu Sangue" (ibidem, 5). Rei e Senhor outro caminho não escolheu, para purificar os homens do pecado, senão lavá-los com o próprio Sangue. Unicamente por este preço os introduziu no seu Reino, onde os admitiu não só como súditos, mas também como irmãos e co-herdeiros, como co-participantes de sua realeza, de sua dominação sobre todas as coisas. Assim, com ele, único Sacerdote, poderemos oferecer e consagrar a Deus toda a criação. "Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (ibidem, 6). Até este ponto quis Cristo Senhor que participassem os homens de suas grandezas! 

O Evangelho (Jo 18,33b-37) também apresenta a realeza de Cristo em relação com sua Paixão e a contrapõe, ao mesmo tempo, às realezas terrenas. Tudo isto baseado no colóquio entre Jesus e Pilatos. Sempre se ocultara o Senhor às multidões, que em momentos de entusiasmo queriam proclamá-lo rei. Entretanto agora, que está para ser condenado à morte, confessa abertamente sua realeza. A pergunta de Pilatos: "Então és rei?", responde: "Tu o dizes, eu sou Rei" (ibidem, 37). Antes, porém, declarara: "Meu Reino não é deste mundo" (ibidem, 36). 

A realeza de Cristo não está em função de domínio temporal algum, nem político! E, ao contrário, de domínio espiritual: consiste em anunciar a verdade, em conduzir os homens à suprema Verdade, libertando-os das trevas do erro e do pecado, "Para isto vim ao mundo - diz Jesus - para dar testemunho da verdade" (ibidem, 37). Jesus é a "Testemunha fiel" (2ª leitura) da verdade, isto é, do mistério de Deus e de seus desígnios de salvação do mundo. Veio revelá-los aos homens e testemunhá-los com o sacrifício da própria vida. Por isso, só quando está para abraçar a Cruz declara-se Rei. E, da Cruz, atrairá tudo a si (Jo 12,32). 

Impressionante é que, no Evangelho de João - o evangelista teólogo - esteja o tema da realeza de Cristo constantemente ligado ao da Paixão. E que, na realidade, é a Cruz o trono régio de Cristo. Da Cruz abre os braços para apertar a si todos os homens, da Cruz governa com seu amor. Para que reine sobre nós, temos de nos deixar atrair e vencer pelo seu amor.

X. Vídeo


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