A formação do músico católico é fundamental e a pedra principal é sua obediência e concordância litúrgica.
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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS SOBRE O SERVIÇO DOS AGENTES DA MÚSICA LITÚRGICA

Ambiente antes da Missa
Proporcionar um clima orante, mantendo o silêncio na Igreja pois muitos fiéis chegam antecipadamente para fazer suas orações. A Igreja não é local adequado para ensaiar. O ideal é que os músicos já o tenham feito antes. É coerente que o grupo passe com a assembleia algumas músicas, como por exemplo, o refrão do salmo, o canto da comunhão ou outro canto que seja desconhecido à assembleia.

Antes da missa não é o momento adequado para pregações, o que cabe é introduzir brevemente a assembleia ao ministério celebrado no dia, para tanto é necessário que o grupo de música esteja já em sintonia com este ministério.

Evitar conversas desnecessárias antes e durante a missa.

A) RITOS INICIAIS

1) Canto de Abertura

Deve ter ritmo vibrante, que nos lembra da marcha do povo de Deus pelo deserto. O canto deve acompanhar o rito, ou seja, a procissão de entrada e a incensação do altar (quando houver). O canto deve ser interrompido logo o presidente da celebração esteja posicionado para fazer a saudação inicial.

2) Ato Penitencial

Esta oração pode ser rezada ou cantada. O texto deve conter uma das fórmulas previstas no Missal Romano. Dentre elas:
  • 1ª fórmula – Confesso a Deus todo-poderoso…
  • 2ª fórmula – Tende compaixão de nós Senhor por que somos pecadores…
  • 3ª fórmula – Senhor que viestes salvar os corações arrependidos…
Ou as fórmulas previstas para cada tempo litúrgico, conforme o missal.

Exemplo: (para o Tempo Pascal)

Senhor nossa paz, tende piedade de nós.
Tende piedade de nós, Senhor. Tende piedade de nós.
Cristo, nossa Páscoa, tende piedade de nós.
Tende piedade de nós, Senhor. Tende piedade de nós.
Senhor nossa vida, tende piedade de nós.
Tende piedade de nós, Senhor. Tende piedade de nós.

Execução: Após a introdução do presidente da celebração deve-se fazer um breve momento de silêncio. É coerente uma pequena introdução instrumental. O ritmo e a percussão são sempre suaves. Todas as fórmulas terminam com o Senhor tende piedade…

3) Hino de Louvor – GLÓRIA

É um canto vigoroso e o texto não deve ser mudado, pois trata-se de um hino antiquíssimo e não constitui uma aclamação trinitária (glorinhas).

Omite-se na quaresma e advento.

A execução pode ser feita alternando refrão e estrofe ou somente cantando o refrão duas vezes no começo e no final. Não deve ter introdução instrumental.

Em missas solenes pode ser entoado o refrão (que pode ser em latim) e as estrofes de maneira recitativa.

Fórmulas previstas:
  • Glória a Deus nas alturas e paz na terra…
  • Glória a Deus nos altos céus, paz na terra aos seus amados…
B) LITURGIA DA PALAVRA

1) Refrão Orante/Meditativo

É um canto não obrigatório. Sua função é de acolher a palavra de Deus que será proclamada. A letra será sempre ligada a Palavra e não a Bíblia. A música deve ser repetida três vezes com intensidades diferentes: forte, médio e suave.

2) Salmo Responsorial

O texto não deve ser alterado. Pode ser iniciado com breve introdução instrumental.

Por ser Palavra de Deus, o salmo deve ser proclamado no ambão, utilizando o lecionário e não outra folha com o texto.

O momento é precedido de breve silêncio.

Cuidado com as composições que não facilitam a participação da assembleia. Observar o tempo litúrgico e o texto empregado (louvor, lamento, ação de graças…)

Execução – O salmista canta o refrão uma vez, na sequência o grupo de sustentação juntamente com a assembleia o repete. As “estrofes” devem ser feitas pelo salmista de forma recitativa, remetendo-se ao canto gregoriano, não cabendo nenhum tipo de ritmo.

3) Sequência
  • Cantai Cristãos afinal (Victimae Paschali Laudes) – na Páscoa da Ressurreição.
  • Espírito de Deus, enviai dos céus (Veni Sancte Spiritus) – em Petencostes.
  • Terra exulta de alegria (Lauda Sion Salvatorem) – em Corpus Christi.
  • Dia da Ira (Dies Irae) – Missa dos defuntos.
  • Ó santa mãe, por favor, faze que as chagas do amor (Stabat Mater) – Nossa Senhora das Dores.
A reforma litúrgica aboliu o uso do Dies Irae nas Missas dos Fiéis Defuntos e o prescreveu, dividido em partes, como hinos para as diversas horas do Ofício Divino do Tempo Comum.

Execução - Com a assembleia em pé após a segunda leitura, o solista canta a sequência do ambão. Deve ser sempre cantado, especialmente na Páscoa do Senhor, Pentecostes e Corpus Christi.

4) Aclamação ao Evangelho

Por ser uma aclamação, deve ser um canto com vigor, expressando júbilo pelo Evangelho que será proclamado a seguir.

Dê preferência ao modelo onde se canta o Aleluia seguido do recitativo que se refere ao Evangelho do dia. O Aleluia é omitido no tempo quaresmal, devendo ser substituído por outro refrão próprio.

5) Creio

É uma oração que pode ser cantada. Neste caso a letra deve ser fiel à oração

C) LITURGIA EUCARÍSTICA

1) Apresentação das Oferendas

O canto deve acompanhar o rito da apresentação dos dons, ou seja, a procissão das oferendas. Em missas onde houver a incensação, a música pode ser estendida até o término deste rito.

Este é um canto facultativo e pode ser executado de forma totalmente instrumental ou cantado somente pelo grupo de sustentação, ou ainda omitido (silêncio). Neste caso, observa-se a oração proferida pelo presidente da celebração: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos e vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora vos apresentamos, e que para nós se vai tornar o pão da vida.“

Assembleia: Bendito seja Deus para sempre!

“Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho humano, que agora vos apresentamos, e que para nós se vai tornar vinho da salvação…”

Assembleia: Bendito seja Deus para sempre!

2) Aclamação do Santo

Deve ser uma aclamação jubilosa, a maior de todas. Pode ser cantado ou rezado. Se for cantado, não cabe introdução instrumental, pois esta oração é conclusão do prefácio. O texto é extraído de trechos da Sagrada Escritura, portanto não deve ser mudado:

1º A Santidade de Deus: Santo, santo, santo, Senhor, Deus do Universo!
2º A Majestade de Deus: O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas!
3º A Imanência de Deus: Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

3) Aclamação Memorial (Eis o mistério da fé)

Pode ser cantado, especialmente em festas e solenidades.

Por ser aclamação, este é feito em pé, por toda a assembleia.

Há várias formulas, a seguir:
  • Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos …
  • Todas as vezes que comemos deste pão…
  • Salvador do mundo, salvai-nos…
Não deve ser substituído por cantos de adoração. Este é um momento de anuncio do Ministério Pascal e não de adoração ao Santíssimo Sacramento.

4) Respostas a Oração Eucarística

Podem ser cantadas, especialmente em festas e solenidades. Deve ser feito pelo solista ou grupo e nunca pelo presidente da celebração.

5) Amém Doxológico

Este Amém conclui a Oração Eucarística. Deve ser vibrante e solene para dar sentido à etimologia da palavra doxologia “palavra de glória”. Devem-se evitar andamentos musicais lentos e melancólicos, tal como introduções.

Arranjos vocais são bem-vindos.

Em missas solenes, e tempos litúrgicos específicos, podem ser acrescentados outros textos, como por exemplo:
  • Páscoa: Amém Aleluia…
  • Solenidades: Cristo é nosso amém…
  • Quaresma: Amém.. Honra e louvor ao Pai, que em Cristo nos salvou…

D) RITO DA COMUNHÃO

1) Pai Nosso

Na Missa, o Pai Nosso não é conclusivo, por isto, não se diz Amém, pois ele tem a função de nos introduzir ao rito da comunhão. Se for cantado, a música deve ser fiel ao texto.

2) Saudação da Paz

Embora seja usado em muitas comunidades, o “canto da Paz” não é previsto em nenhum ritual da Igreja. Este momento é facultativo, porque a oferta da paz já aconteceu quando o sacerdote disse: “A paz do Senhor esteja sempre convosco” e o povo respondeu: “o amor de Cristo nos uniu“. Deste modo, o padre já expressou o abraço da paz de forma coletiva.

Caso o diácono diga: “Saudemos uns aos outros na paz de Cristo“, o grupo de sustentação pode fazer um breve instrumental, de preferência um prelúdio para o canto do Cordeiro. Quanto à saudação, devemos cumprimentar somente as pessoas que estão mais próximas, com a paz de Cristo.

3) Cordeiro

Esta música deve iniciar-se no exato momento em que o presidente faz a fração das espécias eucarísticas. Quem inicia este rito não é quem preside, mas o grupo de sustentação. Caso ele não seja cantado, o mesmo deve ser proferido pelo animador ou ainda pelos cantores.

A melodia deve ser suave, de forma piedosa. A letra deve ser fiel ao missal: “Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós…“

Dê preferência a execução como litania.

4) Comunhão

É uma música que acompanha o rito, onde o povo de Deus recebe o Corpo e o Sangue de Cristo. Portanto, a música deve iniciar logo após o presidente da celebração comungar. Quanto à comunhão da equipe de sustentação, deve-se organizar de modo que a música não demore a se iniciar. Em grupo de muitos músicos, eles poderão revezar de forma a não interromper a música. Em grupos menores, eles poderão comungar ao final da procissão da comunhão.

O músico deve desejar receber a comunhão, por isso, ele deve sair do seu lugar e ir ao encontro do ministro. A música não é mais importante do que a comunhão, não há problema do canto/instrumento ser interrompido para que ele comungue.

A música deve ter ligação direta com o ministério celebrado (evangelho do dia). Deve ser uma expressão comunitária e não pode ser substituído por cantos de adoração. Pode ser feito intervenções instrumentais (prelúdios e interlúdios).

5) Silêncio Pós-Comunhão

Tal como a música, o silêncio também é importante dentro da celebração. O canto da comunhão deve terminar assim que o último fiel comungue. A partir deste momento, até que o presidente convide o povo à oração pós-comunhão, preserve-se o mais profundo silêncio orante. Este silêncio não deve ser substituído por “fundos musicais”.

A celebração deve comportar uma revalorização do silêncio, dentro de uma liturgia que, no espaço de poucos anos, passou de um acontecimento silencioso a uma vivência por demais sonora, cheia de palavras e música; ainda mais que o povo, às vezes, vem para a celebração depois de ter sido fortemente “bombardeado” por um ambiente musical atordoante, ao longo do dia. Grande é a responsabilidade de encontrar um equilíbrio para esta questão. (Estudo 79 CNBB pg 65)

6) Canto Pós-Comunhão

Este momento não é previsto no missal, mas eventualmente e com o consentimento do presidente da celebração pode ser executado um breve canto pós-comunhão.

Dado que não é especificado nenhum texto particular, há campo aberto para a criatividade criteriosa. O mais desejável e proveitoso seria que esse canto fosse uma ressonância do mistério celebrado do dia.

E) RITOS FINAIS

1) Louvor Final

Este canto não faz parte da celebração, pois a missa se encerra com a bênção final. mas é costume em nossas igrejas que se cante enquanto a assembleia deixa a Igreja. No repertório litúrgico escolhido pela comissão paroquial de música litúrgica, não há indicação para esta música (exceto no período quaresmal, onde se canta no Hino da CF). No restante do ano, fica aberto para que cada grupo escolha. Dê preferência aos cantos de louvor ou cantos marianos. Observem-se o espírito da celebração e o tempo litúrgico para a escolha deste canto.

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