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terça-feira, 15 de setembro de 2015

LITURGIA DO 25° DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

I semana do Saltério

Se alguém quiser ser o primeiro, que seja aquele que serve a todos.

cor verde

(Verde, Glória, Creio – IV Semana do Saltério)

A vida dos ímpios e a vida dos justos

I. Introdução geral

As leituras deste terceiro domingo do mês dedicado à Bíblia refletem sobre duas diferentes lógicas pelas quais o ser humano pode conduzir a sua vida: a do ímpio e a do justo. O livro da Sabedoria informa que a lógica do ímpio desconsidera a vontade de Deus a fim de usufruir o tempo presente e os bens deste mundo, buscando satisfazer seus desejos egoísticos. Não se importa com o próximo necessitado e contrapõe-se ao modo de pensar e de agir da pessoa justa, caluniando-a, perseguindo-a e matando-a. Diferente é a lógica do justo: ele leva em máxima conta o conhecimento de Deus, segue sua vontade e se gloria de tê-lo por pai (I leitura). O evangelho chama a atenção: a lógica do ímpio pode contaminar os próprios discípulos de Jesus. Ela se manifesta na atitude de disputa de poder entre eles, contrariando os ensinamentos e a prática de Jesus: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. A carta de Tiago (II leitura) adverte que “onde há inveja e preocupação egoística, aí estão as desordens e toda sorte de más ações”. E orienta para o modo verdadeiro de conduzir a vida: conforme a sabedoria que vem de Deus.

Antífona de entrada:

Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se clamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu Deus para sempre.

Oração do dia

Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

II. Textos Bíblicos

1° Leitura (Sabedoria 2,12.17-20)

Leitura do livro da Sabedoria.

2 12 Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação.
17 Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte,
18 porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários.
19 Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência.
20 Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 53/54


É o Senhor quem sustenta minha vida!

Por vosso nome, salvai-me, Senhor;
e dai-me a vossa justiça!
Ó meu Deus, atendei minha prece
e escutai as palavras que eu digo!

Pois contra mim orgulhosos se insurgem,
e violentos perseguem-me a vida:
não há lugar para Deus aos seus olhos.
Quem me protege e me ampara é meu Deus;
é o Senhor quem sustenta minha vida!

Quero ofertar-vos o meu sacrifício
de coração e com muita alegria;
quero louvar, ó Senhor, vosso nome,
quero cantar vosso nome que é bom!

2º Leitura (Tiago 3,16-4,3)


Leitura da carta de são Tiago.

3 16 Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios.
17 A sabedoria, porém, que vem de cima, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento.
18 O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.
1 Donde vêm as lutas e as contendas entre vós? Não vêm elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros?
2 Cobiçais, e não recebeis; sois invejosos e ciumentos, e não conseguis o que desejais; litigais e fazeis guerra. Não obtendes, porque não pedis.
3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões.

Palavra do Senhor.

Evangelho (Marcos 9,30-37)


Aleluia, aleluia, aleluia.
Pelo Evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

9 30 Tendo partido dali, Jesus e seus discípulos atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o soubesse.
31 E ensinava os seus discípulos: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte”.
32 Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar.
33 Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus perguntou-lhes: “De que faláveis pelo caminho?”
34 Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior.
35 Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”.
36 E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes:
37 “Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.

Palavra da Salvação.

III. Comentário dos textos bíblicos:

1° Leitura (Sabedoria 2,12.17-20): O justo perseguido


O livro da Sabedoria é resultado da reflexão dos judeus da diáspora. Foi escrito em grego, na cidade de Alexandria, no Egito, pelo ano 50 a.C. O texto reflete a situação do povo judeu, fora de sua pátria, incompreendido e hostilizado por causa da fidelidade às suas leis. Os autores concebem dois tipos de pessoas: os justos que conhecem a Deus e os injustos ou ímpios que, além de não o conhecerem, zombam de quem lhe é fiel.
Para além da relação conflituosa entre os judeus e os estrangeiros, o texto nos inspira a refletir sobre os efeitos que a prática da justiça pode causar. O modo de pensar e de se comportar das pessoas justas incomoda os injustos. Ao ler todo o capítulo 2 do livro da Sabedoria, percebemos que os justos estão convencidos de que Deus recompensará a quem segue o caminho de santidade. Sentem-se protegidos por Deus e gloriam-se de tê-lo por pai. Os ímpios, ao contrário, concebem a vida – já que é passageira – como uma oportunidade de satisfazer os instintos egoísticos. Oprimem o pobre e agem com prepotência, a ponto de pôr à prova a fidelidade dos justos por meio de calúnias, perseguições e até de condenação à morte. Nesse sentido, o texto chega a ser uma prefiguração de Jesus Cristo.

Leitura (Tiago 3,16-4,3): A sabedoria que vem do alto


Nas comunidades cristãs primitivas, como também nas de nossos dias, existem atitudes contrárias ao ensinamento de Jesus. Não foram somente os doze apóstolos que demonstraram muita dificuldade de entender e de seguir Jesus. Por meio desse texto da carta de Tiago, percebemos que também no meio dos cristãos do final do primeiro século havia “inveja e preocupação egoística”. As consequências disso, conforme escreve Tiago, são as “desordens e toda espécie de más ações”: lutas, guerras, cobiça, avidez…
Tiago tem consciência de que isso não pode acontecer com quem se declara seguidor de Jesus. Percebe que essas atitudes são próprias de gente insensata que atrapalha a missão da Igreja neste mundo: anunciar o evangelho não só por palavras, mas também pelo testemunho de amor mútuo. Como podemos sonhar com um mundo fraterno se, entre os próprios cristãos, existem divisões, inveja e busca de prestígio pessoal, até sob a capa de piedade?
Diante dessas coisas, Tiago adverte os cristãos de que devem orientar sua vida conforme a “sabedoria que vem do alto”. E esclarece como ela se manifesta: é pura, isto é, não contaminada com a ideologia do poder; épacífica: alimenta-se da paz que vem de Deus e não promove divisões; é indulgente: relaciona-se com educação e respeito com o próximo; é conciliadora: não age com orgulho ou imposição, mas promove a união entre as pessoas; é cheia de misericórdia: acolhe e ama o outro, buscando o seu bem com toda a sinceridade; éimparcial: não toma partido, visando ao seu próprio interesse; é sem hipocrisia, isto é, age com transparência e honestidade, sem esconder-se sob a máscara da mentira ou das aparências enganosas… Sem dúvida, essa “sabedoria que vem do alto” é o caminho que Jesus trilhou nesta terra a fim de construir o reino de Deus. É também o caminho para os cristãos de todas as épocas.

Evangelho (Marcos 9,30-37)
: Jesus, o justo incompreendido


Jesus encontra-se a caminho de Jerusalém, onde será condenado à morte. Os discípulos ainda não compreendem que tipo de Messias ele é. Para eles, está sendo muito difícil mudar de mentalidade. O Evangelho de Marcos mostra que esse caminho para Jerusalém indica o processo de formação pelo qual os discípulos devem passar. O próprio Jesus é o formador. Com paciência e dedicação, procura abrir os olhos dos discípulos para que o reconheçam como o servo de Deus e não como um rei poderoso.
Por três vezes Jesus anuncia que vai a Jerusalém, onde deverá sofrer e morrer. O texto deste domingo refere-se ao segundo anúncio. O primeiro anúncio foi objeto de nossa reflexão no domingo passado. Em cada um dos anúncios há uma reação dos discípulos, demonstrando que não estão entendendo o ensinamento de Jesus. E estão com medo de perguntar. Talvez estejam lembrando a forte repreensão de Jesus a Pedro, quando o chamou de “satanás” por tentar impedi-lo de cumprir sua missão até o fim. Eles têm medo das exigências de Jesus. Persistem na sua ambição de poder. Seguem Jesus discutindo quem seria o maior entre eles. Essa aspiração à grandeza e ao prestígio popular era bem evidente entre os líderes religiosos e entre os políticos. Vestiam-se e comportavam-se na sociedade de modo que chamassem a atenção sobre si; buscavam sempre os primeiros lugares… Jesus já havia chamado a atenção dos discípulos: “Cuidado! Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Mc 8,15). Mas parece que não adiantou. Em vez de seguir o exemplo de Jesus, seguem a ideologia dos poderosos. Em vez de serem servos uns dos outros, preferem disputar entre si.
O momento é propício para uma instrução especial. Ao passar por Cafarnaum, Jesus entra na casa e, após perguntar aos discípulos o que estavam discutindo pelo caminho, senta-se. É a posição de mestre. Essa casa de Jesus representa as comunidades cristãs no tempo em que Marcos está escrevendo. Também essas comunidades são identificadas como “o caminho”. Ao ressuscitar, Jesus permanece no meio delas, caminhando junto e ensinando-as por meio do seu evangelho.
Jesus está na casa. Chama os doze para junto de si. Não porque estejam distantes fisicamente, mas porque estão resistindo a segui-lo verdadeiramente. Por isso, o ensinamento que ele vai ministrar-lhes agora é de muita importância: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. E para que não esquecessem jamais essa lição, ilustra seu ensinamento, tomando uma criança e colocando-a no meio. Mais uma vez, Jesus revela a sua relação de carinho e de solidariedade com os pequeninos, os desprezados e os marginalizados. A criança representa aqui todas as pessoas necessitadas que devem ser amadas, acolhidas, cuidadas e protegidas pelas comunidades cristãs em nome de Jesus. Para agir desse modo, é necessário que cada cristão abandone as aspirações de “ser o maior” e torne-se “servidor” dos pequeninos. Na criança, tudo é gratuidade. Assim, quem ama os pequeninos está amando o próprio Jesus e também o Pai, que o enviou.
IV. Pistas para reflexão
– Há duas lógicas pelas quais podemos nos orientar: a do ímpio ou a do justo. O nosso modo de viver cotidiano demonstra qual delas nós seguimos. A vida do ímpio se caracteriza pela busca de satisfação de seus desejos, mesmo que para isso tenha de destruir a vida de outros. A pessoa justa tem a consciência de ser filha de Deus e age de acordo com essa condição. Sabe que Deus a ama e a protege. Esforça-se para ser fiel à vontade divina, mantendo-se livre da corrupção dos injustos, e, por isso, pode ser perseguida e até morta. O que significa ser uma pessoa justa nesta sociedade em que vivemos, com tantos sinais de exploração, de injustiça e de morte?
– Quem é Jesus para nós? Os discípulos manifestaram muita dificuldade para entender quem era Jesus porque se deixavam conduzir pela lógica dos ímpios e cada um queria ser maior do que os outros. Jesus os ajudou a mudar de mentalidade. Ele também nos ajuda a ser servos uns dos outros. A casa em que Jesus se senta para ensinar os discípulos representa a comunidade cristã. Essa “casa” é o lugar onde aprendemos a ouvir e praticar a palavra de Deus em família. Aí aprendemos a nos relacionar como irmãos, respeitar-nos mutuamente, acolher e ajudar a quem mais precisa, participar dos diversos serviços familiares e comunitários… Especialmente neste mês da Bíblia, podemos valorizar a importância da palavra de Deus na igreja doméstica, nos grupos de reflexão, nas CEBs…
V. Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que possamos conseguir por este sacramento o que proclamamos pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.
VI. Antífona da comunhão:
Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, diz o Senhor (Jo 10,14).
VII. Depois da comunhão
Ó Deus, auxiliai sempre os que alimentais com o vosso sacramento para que possamos colher os frutos da redenção na liturgia e na vida. Por Cristo, nosso Senhor. 
VIII. Vídeo

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